Muitos atores tem a preocupação em criar a gênese perfeita, criar o objetivo de cada cena, e ficam tão focados nisso, que deixam de lado o viver a situação, o se divertir, o explorar.Os atores muitas vezes buscam tanto a perfeição, acertar, mas na verdade tudo isso gira em torno de querer estar no controle da situação. E palavras como controle, precisão e segurança não são o que procuramos em grandes desempenhos. Na verdade, o que deixa os atores salivando é o perigo!  Queremos performances construídas no impulso e na espontaneidade. O objetivo dos atores é “colocar um espelho na natureza” e genuinamente nos mostrar algo verdadeiro, honesto e atraente sobre nós mesmos.

Se você já esteve em uma grande sala de ensaio, onde está colaborando com o diretor, é uma experiência incrível. Ambos estão trocando ideias e explorando as possibilidades da cena e do personagem. Isso é uma brincadeira. Sempre que um diretor cria esse tipo de ambiente de ensaio, a cultura continua viva na performance. Sim, formulamos bloqueios e criamos estrutura, mas nossas performances permanecem lúdicas e espontâneas. Por outro lado, se você já trabalhou com um diretor autocrático, onde você é simplesmente um peão em sua visão impulsionada pelo ego, você vai entender como se sentir limitado, controlado e com medo leva a desempenhos afetados e monótonos. Este ambiente sufoca nossos impulsos criativos.
Então, nós entendemos isso quando se trata de trabalhar com diretores, mas como estamos nos dirigindo? A maioria de nós desempenha o papel do segundo diretor quando estamos trabalhando em nossos próprios projetos. Invejamos o processo e exigimos ansiosamente um produto final perfeito. Seja uma audição ou uma performance, nós julgamos e controlamos como o trabalho deveria ser: ”ok, eu tenho que chorar aqui” ou “isso simplesmente não está funcionando !!!”. Essas abordagens orientadas para resultados nos inundam de estresse. E quando estamos estressados no processo, atuaremos estressados também. 
Lembre-se sempre de que não existem respostas certas. 
Lembre-se de que as técnicas de atuação são projetadas para ajudá-lo. Muitas vezes nos esquecemos disso e, portanto, todo o processo se torna inútil. 
Você só recorre a uma metodologia de atuação quando precisa de ajuda. Não force em todas as cenas! Se você tem uma cena com a qual se conecta instantaneamente, por que forçá-la em seu processo estressante. No entanto, se você perceber uma cena e ela simplesmente não funcionar, dê uma olhada em seu kit de ferramentas e veja o que pode ajudar. Talvez você não entenda o personagem: bem, você precisa ler a peça novamente. Não entende a estrutura da cena? É hora de se transformar em unidades, ou batidas, para dividir a cena em seções gerenciáveis. Seu kit de ferramentas está lá para ajudar quando você precisar.

Se você fica dizendo a si mesmo para acertar sempre e sempre, como espera ter uma mentalidade livre e aberta no desempenho? Nós nos censuramos enquanto tocamos, porque não queremos errar. Mas a única maneira de ser grande é desistir da agenda de ser grande.

Como atores, passamos mais tempo preparando e ensaiando do que atuando, então por que não começar a tentar aproveitar esse processo? A maior parte de nossas horas como atores são passadas sozinhos: aprendendo, praticando e ensaiando… Concentre-se no que realmente o ajuda a contar a história. Para alguns, seguir técnicas específicas será a chave, para outros será gritar suas falas para o oceano ou cantá-las no chuveiro. 

Mas uma coisa importante é que você ensaie da mesma forma que atuará no dia da apresentação! Trabalhe o seu corpo, voz, mente e energia para isso.

🎭 Escola de Teatro Juliana Leite 🎭
R: Tiradentes, 944 – Centro
Limeira-SP
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