COMO CRIAR CONEXÕES COMO ATOR?
13/11/2024EXERCÍCIOS PARA MELHORAR A ARTICULAÇÃO E DICÇÃO
27/11/2024E vamos para mais algumas sugestões de monólogos para praticar sua atuação:
Romeu e Julieta
Personagem: Julieta
Contexto: Julieta, apaixonada por Romeu, fala sozinha, sem saber que ele está ouvindo. Neste momento, ela reflete sobre a rivalidade entre suas famílias e o amor que sente por ele.
Trecho:
“Ó Romeu, Romeu! Por que és tu, Romeu?
Renega teu pai e recusa teu nome!
Ou, se não quiseres, jura apenas que me amas
E deixarei de ser uma Capuleto.
Só teu nome é meu inimigo;
Tu és tu mesmo, não és um Montecchio.
Que é Montecchio? Não é mão, nem pé,
Nem braço, nem rosto, nem parte alguma
Que pertença a um homem. Ó, sê outro nome!
O que há num nome? O que chamamos rosa,
Sob outra designação teria igual perfume.
Assim, Romeu, se não se chamasse Romeu,
Conservaria aquela cara perfeição
Que possui sem o título. Romeu,
Renuncia a teu nome; e, em troca dele,
Que não é parte alguma de ti mesmo,
Toma-me inteira.”
Hamlet
Personagem: Hamlet
Contexto: O famoso solilóquio de Hamlet, em que ele pondera sobre a vida, a morte e o sofrimento humano. Hamlet está em profunda angústia, e o monólogo reflete sua crise existencial.
Trecho:
“Ser ou não ser, eis a questão.
Será mais nobre em nosso espírito sofrer
Pedradas e flechadas do destino feroz,
Ou pegar em armas contra um mar de angústias
E combatê-las para pôr-lhes fim? Morrer: dormir;
Só isso; e com o sono – dizem – extinguir
Dores do coração e os mil males naturais
A que a carne é sujeita! É uma consumação
Devotamente a ser desejada. Morrer – dormir –
Dormir! Talvez sonhar! Aí está o obstáculo!
Pois que no sono da morte os sonhos que hão de vir,
Quando tivermos escapado ao tumulto vital,
Devem fazer-nos hesitar: eis a consideração
Que dá à desventura uma vida tão longa.
Pois quem suportaria o azorrague e o escárnio do tempo,
A injustiça do opressor, a afronta do orgulhoso,
As angústias do amor desprezado, a morosidade da lei,
A insolência do poder, e as humilhações
Que o mérito paciente recebe dos inúteis,
Podendo, ele próprio, encontrar seu repouso
Com um simples punhal?”
A Gaivota
Personagem: Nina
Contexto: Nina, uma jovem aspirante a atriz, reflete sobre a vida e sua experiência artística. Ela se compara a uma gaivota e, ao mesmo tempo, fala sobre seus sonhos e desilusões.
Trecho:
“Por que você diz que me beijava os pés?
Ajoelhar-se diante de mim! Oh, como você me assustava!
Eu era uma gaivota… Não, isso não importa…
O que eu estava dizendo? Ah, sim, o teatro…
Agora não sou mais uma gaivota. Não, isso não importa…
Trigórin estava lá, e depois disso… Nada.
Então, depois disso, eu fiquei sozinha.
E a vida, a minha vida… Comecei a interpretar.
Tudo se perdeu… Estou tão cansada!
Tudo o que queria era o palco. O brilho, o público,
O sucesso… Mas agora, eu sinto que não é isso.
Talvez eu seja apenas uma… gaivota, perdida,
Vagueando por este mundo cruel e sem sentido.”
O Despertar da Primavera
Personagem: Melchior
Contexto: Melchior, um adolescente curioso e em conflito com sua própria identidade, reflete sobre as mudanças de sua vida e sua insatisfação com o mundo ao seu redor. Esta peça aborda a descoberta da sexualidade e o choque entre a juventude e a autoridade.
Trecho:
“Que mundo é este que me obriga a me adaptar?
Tudo é regra, tudo é limite. Não me deixam ser quem eu sou.
E por quê? Porque temem aquilo que não entendem.
Estou cansado de ser controlado por mãos invisíveis,
Por uma sociedade que me pressiona a ser como eles querem.
Mas quem sou eu, de verdade? Alguém me perguntou?
Sinto dentro de mim algo grande, algo que não pode ser domado.
Não quero viver a vida que planejaram para mim.
Quero ser livre, sentir o sangue correr nas minhas veias,
Quero gritar, amar, cair e me levantar.
Não sou perfeito, mas sou eu mesmo.
E isso… isso deve ser suficiente, não deve?”
Antígona
Personagem: Antígona
Contexto: Antígona desafia as ordens de Creonte e decide enterrar seu irmão, mesmo sabendo que isso pode custar sua vida. Neste monólogo, ela reflete sobre seu destino trágico e a escolha de seguir suas convicções.
Trecho:
“Não foi Zeus quem ordenou isso,
Nem a Justiça, que habita entre os deuses abaixo da terra,
Estabeleceu leis para os homens.
Eu não acreditava que teus éditos tivessem força suficiente
Para que, sendo mortal, tu pudesses passar por cima
Das leis não escritas e imutáveis dos deuses.
Elas não são de hoje nem de ontem,
Mas vivem eternamente, e ninguém sabe
Quando surgiram.
Não, eu não queria, por medo de algum homem,
Pagar diante dos deuses a pena de transgredir isso.
Morrendo, sei que vou perecer,
Mesmo sem teu decreto; mas se morrer antes do tempo,
Eu ganho. Como poderia não ser lucro,
Para mim, que vivo rodeada de tantas dores?”
🎭 Escola de Teatro Juliana Leite 🎭
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