CONTATO-IMPROVISAÇÃO NO TEATRO
11/09/2019DIFERENÇAS ENTRE TEATRO E CINEMA
02/10/2019Segue abaixo algumas sugestões de texto para gravar o seu videobook.
🎭 TEXTO 1 – Nó Cego (Natália Corrêa)
Eu aprendi a amarrar meus sapatos sozinha, vendo meu irmão tentar colocar o coelho dentro da toca, e desde então tenho essa coisa com laços. Laços de presente, de cabelo, de gravata. Laços de fita, de veludo, de cetim – e por que não laços de chita? Meus vestidos, quase todos, têm um laço na cintura. Minha árvore de natal, eu enfeito com laços. Guardo caixas te todos os tamanhos, com laços vermelhos, dourados, marfins… Um laço bem feito, com as pontas cortadas do mesmo tamanho e o tecido virado para o lado correto não é pra qualquer um. É preciso paciência, capricho. E talvez por isso tenham começado a utilizar essa palavra para descrever ligações especiais entre as pessoas: laços de sangue, de amizade, de amor. Mas eis que quando um desses laços se rompe de forma inesperada, a gente fica se perguntando: de que vale toda a pompa e beleza de um laço que se desata tão facilmente? Antes fosse um nó cego.
🎭 TEXTO 2 – Um Segredo (Natália Corrêa)
Houve um tempo em que eu adorava jogar xadrez. Em parte porque eu era apaixonada por um jogador quase profissional (bem minha cara se apaixonar pelo cara mais nerd da turma em vez do atleta popular), mas principalmente por considerar o jogo fascinante. Não pense que estou sendo esnobe ou querendo parecer inteligente quando digo isso. Na verdade, a parte da estratégia sempre foi um desafio pra mim, a ponto de eu precisar praticar comigo mesma para tentar melhorar meu desempenho – e impressionar aquele garoto, claro. Mas o que realmente me estimulava no jogo era essa possibilidade de me superar sempre.
A cada partida eu me saía melhor, e mesmo quando terminava uma rodada eu continuava relembrando cada jogada dentro da minha cabeça para entender o que eu tinha feito de errado e como eu poderia melhorar. Confesso que às vezes era realmente exaustivo. Mas apesar de ter superado essa fase – e aquela paixão – eu nunca realmente deixei de tentar me superar. Por isso, todas as vezes que eu sinto que não estou preparada para enfrentar determinada situação, eu uso minha velha estratégia do xadrez e começo a praticar comigo mesma.
🎭 TEXTO 3 – Vontade de Calar (Natália Corrêa)
Eu minto sempre na esperança de que alguém me descubra. Minto com a boca e desminto com os olhos, ao mesmo tempo – esse é meu segredo. Minto apertando as mãos, mordendo o lábio, franzindo a testa, mas nunca desvio o olhar. Eu minto e deixo pistas pra que encontrem, nas entrelinhas das minhas mentiras, as minhas maiores verdades.
🎭 TEXTO 5 – Totalmente pirado maluco (Natália Corrêa)
Minha vida inteira eu fui feita de boba. As pessoas me diziam coisas absurdas em tom de seriedade porque sabiam que eu ia acreditar, e mesmo sabendo, não desmentiam. Simplesmente se divertiam, deixando que eu falasse coisas absurdas por aí, enquanto eu jurava que estava abalando.
Uma vez (e isso faz muito tempo) eu perguntei a uma amiga mais velha o que era TPM. Ela deu uma daquelas risadas espalhafatosas de quem pensa “essa menina é demente?” e respondeu que era uma abreviação para “totalmente pirado maluco”. Eu, completamente inocente, não apenas acreditei, como adotei a sigla como expressão diária. Sempre que alguém fazia/dizia algo muito legal ou muito bizarro, eu dizia “toda me achando”: caramba, que TPM!
Eu nunca entendia porque todos me olhavam meio atravessado quando eu dizia isso, até descobrir o verdadeiro significado de TPM. Quando descobri, senti o efeito retardado da vergonha, e lembrei de todas as vezes que eu havia interrompido discussões em grupo para informar que estava de TPM, com a naturalidade de quem fala sobre o tempo, e o pior, aos nove anos de idade! No mínimo, pensaram que eu era muito precoce.
Hoje em dia, eu aprendi a rir disso tudo. Mas sempre que alguém me fala alguma coisa, por mais verdadeiro que aparente ser, eu pergunto: “sério?” e se a resposta for apenas “sim”, eu ainda reforço com um: “sério mesmo?”. Se a resposta for positiva novamente, eu finjo que acredito, mas quando chego em casa vou logo procurar no google pra ver se aquilo é mesmo possível.
Sabe o que eles dizem? “Ai, que fofa!” Ai que fofa? Eu?
Todas as crianças da minha idade tem medo de mim, algumas, até mais velhas do que eu, quando me vêem na rua, atravessam para o outro lado. Ás vezes, só para assustar, eu corro bem alto na direção delas e dou um grito!
Já com os meus professores, eu cansei de aprontar por lá, o máximo que aconteceu foi eles apertarem a minha bochecha. “Ai que fofinha, tão levada e bonitinha”.
Filhinho é fofo, pantufa é fofa, a barriga do meu pai é fofa, eu não!
Qual é o problema dos adultos? A única pessoa que eu não apronto nada, é a minha mãe. Mãe é mãe, e com ela pelo menos eu preciso ser fofa né?
🎭 Escola de Teatro Juliana Leite 🎭
R: Tiradentes, 944 – Centro
Limeira-SP
(19) 99639-8545
13 Comments
Gostei bastante do seu blog. Legal o conteudo. Parabéns
🙂
Obrigada Alex! Espero te ver por aqui mais vezes!!
Parabéns pela página, ótimos textos!
Obrigada!!! Espero te ver mais vezes por aqui!!
Todos,os monólogos são muito bons, adorei saber quê posso conta com esse material abraço , Samuel
Que ótimo!! Fico muito feliz com o retorno.
Seja sempre bem vindo!!
Parabéns, gostei muito dos textos!
Obrigada Camii!! Espero ver você mais vezes por aqui!!
Como vai ? , sou farmacêutico mas muito interessado
em assuntos que são tratados aqui . Tenho tentado aplicar o que vejo aqui, em meu negócio e tem muito me ajudado .
obrigado e boa sorte
Que bom!! Isso aí!! Espero vê-lo mais vezes por aqui.
Gostei dos textos parabéns .
Gostei dos textos parabéns .
Que bomm!! Fico contente!!